quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Biblioteca itinerante

Desde pequena que os livros me faziam companhia, sobretudo nos longos invernos dos Açores, onde o verde se paga com chuva abundante. A falta de variedade nas poucas livrarias que existiam na minha cidade e o orçamento familiar, levavam-nos a recorrer à biblioteca da Gulbenkian, instituição “responsável” pela leitura de grande parte das pessoas deste país há umas décadas atrás.
No verão, as férias que eram realmente “grandes”, eram passadas na ilha do Pico, na casa dos avós e a leitura ficava então dependente da biblioteca itinerante, que passava na freguesia periodicamente e onde íamos religiosamente devolver os livros lidos e levantar outros.
Quarenta anos depois, na última Feira do Livro de Lisboa, tive o prazer imenso de encontrar uma das carrinhas que, durante anos, prestaram esse serviço aos habitantes dos locais mais distantes do nosso país. Não sou saudosista, mas entrar de novo naquele espaço que desta vez me pareceu tão pequeno, fez-me recordar todas as vezes que visitei a biblioteca na Candelária do Pico e esse momento foi talvez a experiência mais significativa dos últimos tempos. Ficam as fotos, para quem quiser matar saudades.


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